Calcular o valor da aposentadoria é uma das maiores preocupações de quem está próximo de se aposentar.
Inclusive, com a Reforma da Previdência e as frequentes mudanças nas regras, entender como é feito o cálculo do benefício se tornou essencial para garantir que você receba o valor correto.
Neste artigo, você encontrará todas as informações necessárias e entender as regras atuais para calcular quanto você vai receber de aposentadoria.
Continue a leitura e descubra como planejar melhor o seu futuro financeiro!
Como calcular o valor da aposentadoria em 2024: guia completo com exemplos
Saber como calcular o valor da aposentadoria é fundamental para garantir que você receba o valor correto do seu benefício.
Até porque, após a Reforma da Previdência, as regras mudaram, impactando diretamente o cálculo do valor da aposentadoria.
Neste guia, você entenderá como funciona esse cálculo e quais são as principais diferenças antes e depois da reforma.
1. Calcule a média salarial
Atualmente, a média salarial é calculada com base em todas as contribuições feitas a partir de julho de 1994.
Conforme mencionei, a Reforma da Previdência trouxe importantes mudanças nesse cálculo.
Antes, utilizavam-se os 80% maiores salários de contribuição; agora, todas as contribuições entram na conta.
O cálculo tem a seguinte base: 60% da média de todas as suas contribuições ao INSS desde julho de 1994, mais 2% por ano adicional de contribuição, considerando o tempo mínimo exigido:
- Mulheres: recebem 2% a mais por ano após 15 anos de contribuição;
- Homens: recebem 2% a mais por ano após 20 anos de contribuição.
2. Cálculo antes da reforma: média dos 80% maiores salários
Para quem preencheu os requisitos antes da Reforma (até 12/11/2019), o cálculo é mais vantajoso.
Isso porque é utilizada a média dos 80% maiores salários de contribuição, descartando os 20% menores.
Veja este exemplo:
Vinícius contribuiu sempre pelo teto do INSS, exceto em 2010 e 2011, quando contribuiu pelo valor mínimo.
Nesse caso, as 20% menores contribuições não serão consideradas, então sua média será calculada com os 80% maiores salários, resultando num valor mais alto do benefício.
Importante: salários anteriores a julho de 1994 não são considerados no cálculo, pois o Brasil adotou o Plano Real como moeda oficial apenas a partir dessa data.
3. Cálculo após a reforma: média de 100% dos salários
Após a Reforma de 2019, o cálculo da aposentadoria utiliza a média de 100% dos salários de contribuição, sem descartar os menores.
Então isso pode reduzir o valor do benefício, especialmente para quem teve períodos de baixa contribuição.
Exemplo:
Júlia teve 7 anos em que contribuiu com base num salário de R$ 2.500, mas na maioria dos anos sua média salarial foi de R$ 6.000,00.
Com a nova regra, todos os salários serão integralmente incluídos no cálculo, inclusive as contribuições mais baixas ao longo do tempo.
4. Como calcular o valor da aposentadoria por idade?
Na nova regra, a aposentadoria por idade segue a fórmula de 60% da média das contribuições. Para cada ano adicional de contribuição, o segurado recebe 2% a mais.
- Homens: precisam de 65 anos de idade e pelo menos 20 anos de contribuição.
- Mulheres: precisam de 62 anos de idade (a partir de 2023) e pelo menos 15 anos de contribuição.
Por exemplo:
Uma mulher que contribuiu por 20 anos terá direito a 60% + 10%, resultando em 70% da média salarial. Se a média foi de R$ 4.000,00, seu benefício será de R$ 2.800,00.
5. Cálculo da aposentadoria por tempo de contribuição
No caso da aposentadoria por tempo de contribuição, você deve somar todos os períodos em que trabalhou e contribuiu para o INSS.
Apenas os períodos com contribuições válidas (maior que um salário) serão considerados no cálculo.
Você também pode incluir períodos sem contribuição nos seguintes casos:
- Empresa não repassou contribuições: você pode solicitar a inclusão do período se sua carteira de trabalho estiver assinada;
- Atividades como autônomo ou empresário: é possível pagar as contribuições atrasadas e incluí-las no cálculo da aposentadoria.
6. Cálculo da aposentadoria especial
Antes da Reforma, a aposentadoria especial era calculada pela média dos 80% maiores salários de contribuição, sem aplicar o fator previdenciário.
Após a Reforma, a regra mudou: o valor é calculado com base em 60% da média salarial mais 2% por ano que exceder 15 anos de contribuição para mulheres e 20 anos para homens.
Exemplo:
João, que trabalhou 25 anos em condições insalubres, terá direito a 60% + 10%, totalizando 70% da média salarial.
7. Fator previdenciário: o que saber em 2024
O fator previdenciário foi criado para desestimular aposentadorias precoces, penalizando quem se aposenta mais cedo.
Ele considera a idade, tempo de contribuição e expectativa de vida, então quanto mais cedo o segurado se aposenta, menor o benefício.
Após a Reforma de 2019, o fator previdenciário passou a ser aplicado apenas na regra de transição do pedágio de 50%.
Para quem tinha direito adquirido antes da Reforma, se for benéfico, o fator previdenciário ainda pode ser utilizado.
8. Mudanças no cálculo da aposentadoria em 2024
Em 2024, algumas regras continuam valendo após a Reforma, enquanto outras foram alteradas. Veja as principais mudanças:
- Fator previdenciário: não se aplica à maioria das aposentadorias atuais, mas ainda é utilizado nas regras de transição, como o pedágio de 50%;
- Inclusão de contribuições mais baixas: ao usar 100% das contribuições no cálculo, o valor final da aposentadoria pode ser menor;
- Aposentadoria por invalidez: deixou de ser integral e agora é proporcional ao tempo de contribuição.
Quantos anos preciso contribuir para ganhar 100% da média na aposentadoria?
No novo cálculo, para garantir 100% da média das suas contribuições na aposentadoria, é necessário cumprir um tempo mínimo de contribuição ao INSS, sendo:
- Mulheres: precisam contribuir por 35 anos para receber 100% da média de suas contribuições;
- Homens: precisam contribuir por 40 anos para ter direito a 100% da média salarial.
Veja a seguir a porcentagem que você vai receber de aposentadoria conforme a quantidade de anos trabalhados:
| Anos de contribuição | % que a mulher ganha na aposentadoria | % que o homem ganha aposentadoria |
| 15 | 60 | 60 |
| 16 | 62 | 60 |
| 17 | 64 | 60 |
| 18 | 66 | 60 |
| 19 | 68 | 60 |
| 20 | 70 | 60 |
| 21 | 72 | 62 |
| 22 | 74 | 64 |
| 23 | 76 | 66 |
| 24 | 78 | 68 |
| 25 | 80 | 70 |
| 26 | 82 | 72 |
| 27 | 84 | 74 |
| 28 | 86 | 76 |
| 29 | 88 | 78 |
| 30 | 90 | 80 |
| 31 | 92 | 82 |
| 32 | 94 | 84 |
| 33 | 96 | 86 |
| 34 | 98 | 88 |
| 35 | 100% | 90 |
| 36 | 92 | |
| 37 | 94 | |
| 38 | 96 | |
| 39 | 98 | |
| 40 | 100% |
Esse tempo de contribuição é essencial para quem deseja maximizar o valor da aposentadoria e garantir um benefício mais vantajoso ao final da vida profissional.
Fatores que interferem no cálculo da aposentadoria: conheça as regras
Para realizar o cálculo do valor da aposentadoria, você deve considerar os seguintes pontos fundamentais:
- Média salarial;
- Idade do segurado;
- Tempo de contribuição;
- Modalidade de aposentadoria;
- Fator previdenciário (quando aplicável);
- Divisor mínimo (em casos anteriores à Reforma de 2019);
- Descarte dos menores salários de contribuição (quando aplicável).
É importante saber que o valor da aposentadoria não pode ser inferior ao salário mínimo (R$ 1.412,00 em 2024) e nem ultrapassar o teto do INSS, que em 2024 é de R$ 7.786,02.
Diferença entre carência e tempo de contribuição
O tempo de contribuição é o período total em que você, trabalhador, contribuiu para o INSS, enquanto a carência se refere ao número mínimo de contribuições exigidas para que você ter direito a determinados benefícios.
Como calcular o salário de benefício?
O salário de benefício (SB) é a base utilizada para calcular a aposentadoria, sendo obtido a partir da média dos seus salários de contribuição.
Essa média é fundamental para o cálculo do valor final que você vai receber!
Com base nessa média, a renda mensal inicial (RMI) será calculada, que é o valor que você receberá mensalmente como benefício.
Como calcular a renda mensal atual (RMA)?
Em alguns casos, pode ser necessário calcular a renda mensal atual (RMA), que é a RMI ajustada para a inflação.
Normalmente, esse ajuste é realizado anualmente em janeiro, garantindo que os benefícios não percam poder de compra com o tempo.
Importância do planejamento da aposentadoria
O planejamento previdenciário é uma etapa fundamental para garantir que você tenha uma aposentadoria tranquila e com o melhor valor possível.
Até porque, com as mudanças frequentes nas regras da Previdência Social, conhecer as opções disponíveis e simular diferentes cenários é essencial para evitar prejuízos no futuro.
Por que o planejamento previdenciário é importante?
- Escolha da regra mais vantajosa: existem diversas modalidades de aposentadoria e regras de transição que podem influenciar diretamente o valor do benefício. Assim, um bom planejamento permite identificar a regra que se aplica ao seu caso, garantindo que você escolha a mais vantajosa;
- Otimização do tempo de contribuição: com o planejamento, é possível verificar se todo o tempo de contribuição está sendo contabilizado corretamente, evitando que períodos de trabalho não registrados ou contribuições irregulares prejudiquem sua aposentadoria;
- Prevenção de erros: erros no cálculo do tempo de contribuição ou na média salarial podem gerar um benefício abaixo do esperado. Então, ao fazer o planejamento, você reduz o risco de erros e aumenta as chances de ter uma aposentadoria mais justa;
- Aumento do valor da aposentadoria: um planejamento previdenciário adequado pode identificar oportunidades para aumentar o valor do benefício;
- Segurança financeira no futuro: o principal objetivo do planejamento é garantir que, ao se aposentar, você tenha uma renda adequada para manter seu padrão de vida, evitando surpresas desagradáveis ao descobrir que o valor da aposentadoria é inferior ao necessário.
Portanto, o planejamento previdenciário é essencial para você que deseja se aposentar com segurança e tranquilidade.
O valor da minha aposentadoria está errado: o que fazer?
Os erros no cálculo de benefícios previdenciários são comuns e podem ocorrer por diversos motivos, como falhas no registro de contribuições, cálculo incorreto do tempo de serviço ou, ainda, a aplicação errada das regras previdenciárias.
O que fazer se o valor da sua aposentadoria estiver errado?
- Revisão do benefício: o primeiro passo é solicitar uma revisão do benefício. Isso pode ser feito de forma administrativa, diretamente no INSS, ou por meio de uma ação judicial;
- Análise de documentos: verifique se todos os seus períodos de trabalho foram corretamente registrados no CNIS;
- Auxílio de um advogado especializado: contar com a ajuda de um advogado especializado em direito previdenciário pode fazer toda a diferença. Esse profissional poderá analisar os detalhes do seu caso, identificar os erros no cálculo da aposentadoria e tomar as medidas cabíveis para corrigir o valor;
- Prazo para solicitar a revisão: o prazo para solicitar a revisão da aposentadoria é de até 10 anos a partir da concessão do benefício. Após esse período, o direito à revisão prescreve;
- Retroativos: caso a revisão confirme que o valor da aposentadoria estava incorreto, você tem o direito de receber os valores retroativos referentes à diferença devida pelo INSS.
Portanto, se você suspeita que sua aposentadoria foi calculada incorretamente, não hesite em buscar uma revisão para garantir que seus direitos sejam respeitados.
Conclusão
Agora que você sabe como calcular o valor da sua aposentadoria e conhece os fatores que podem influenciar diretamente no benefício, é fundamental que você busque uma análise detalhada do seu caso.
Para isso, contar com a ajuda de um advogado especialista em direito previdenciário pode evitar erros, garantir que seus direitos sejam respeitados e, caso necessário, solicitar revisões ou correções no valor concedido.
Fale com um advogado especializado e assegure que sua aposentadoria seja justa e condizente com suas contribuições ao longo da vida!
| Perguntas frequentes sobre como calcular o valor da aposentadoria: |
